Há muito tempo que denunciamos e defendemos que a cidade da Horta precisa de uma intervenção global e integrada devidamente estudada e capaz de potenciar o seu desenvolvimento na sua dimensão social e económica. Contudo, os anos passaram e entre desculpas, omissões e opções erradas essa intervenção continua por se fazer.
A obra de saneamento básico, sucessivamente adiada pelas câmaras socialistas que dirigiram a nossa Câmara nos últimos 26 anos, teria permitido estruturar essa intervenção pois, para além dos benefícios ambientais, teria contribuído para requalificar e dinamizar todo o espaço público da nossa cidade.
Essa intervenção, a dinamização efetiva do mercado municipal, o reordenamento do trânsito e do estacionamento, a promoção de uma verdadeira política de reabilitação urbana, entre outras, é que constituiriam contributos efetivos e sustentáveis para dar vida à nossa cidade. Tudo isso é sempre adiado!
Em vez disso somos, mais uma vez, confrontados com intervenções avulsas de pura cosmética reveladora de uma gestão incapaz.
Não criticamos os objetivos de algumas intervenções, desde logo, o de tonar a cidade mais acessível, o que condenamos de forma veemente é que essas ditas pequenas obras demonstram, mais uma vez, uma gritante falta de estratégia, de planeamento e de uma visão global e integrada para o desenvolvimento da cidade.
O que é preciso dizer com frontalidade é que se a Horta está sem vida tal deve-se à ação, inação e omissões das sucessivas Câmaras socialistas que vêm gerido o nosso Município.
É aliás, essa política de cosmética que tem caraterizado a ação da Câmara Municipal ao longo dos anos. Recordamos as intervenções desconexas, parcelares e sem um projeto unificador feitas ao longo dos anos na Avenida Marginal, algumas delas constituíram mesmo sérios atentados à sua imagem urbana.
Recordamos a intervenção, em 2009, da empresa UrbHorta com a oferta de baldes de tinta para pintura de fachadas. Medida que deve ter tido muito sucesso eleitoral pois é agora repescada para este projeto e constitui mesmo a cereja em cima do bolo desta política de cosmética tão caraterística desta maioria municipal mas tão castradora do nosso desenvolvimento sustentável.
Horta, 2 de Junho de 2015
Luís Garcia