COMUNICADO
O FIM DA OPERAÇÃO DA TAP NA HORTA
E AS LIGAÇÕES ANUNCIADAS PELA SATA INTERNACIONAL
No passado dia 26 de fevereiro, ao tomar conhecimento da decisão da TAP em não concorrer às novas obrigações de serviço público nas ligações de Lisboa com as gateways da Horta, Pico e Santa Maria, a CPI do PSD do Faial manifestava já, por um lado, a sua apreensão com a situação e, por outro, a sua expetativa de que a SATA, como empresa pública regional, garantisse aos Faialenses não só a mesma qualidade nas ligações diretas com Lisboa, mas também mantivesse o mesmo número de ligações, quer no Verão, quer no Inverno.
• Infelizmente, as informações que agora vieram a público não são nada consentâneas com tais expetativas. Com efeito, o comunicado da SATA de ontem é motivo para a maior preocupação, pois ele significa que a gateway da Horta terá, uma redução de ligações inaceitável.
• Com efeito, até agora, de abril a junho a Horta tinha um voo diário com Lisboa e, a partir da segunda quinzena de junho havia ainda dois dias com dois voos diários. Nos meses de julho e agosto havia todos os dias dois voos. E nos meses de setembro e outubro havia um voo diário. Isto totalizava 280 voos de abril a outubro.
• A SATA entretanto informou, em comunicado, a sua nova programação de viagens para a Horta. Segundo a empresa, teremos em abril, maio e outubro cinco ligações semanais. Em junho e setembro um voo por dia. E em julho e agosto dez voos semanais. Isto totaliza 218 voos no período de abril a outubro.
• As contas são objetivas. A confirmar-se ser mesmo este o horário a praticar pela SATA Internacional, do ano passado para este, no período em análise, a Horta perde 62 voos na ligação a Lisboa. Isto significa menos quase 10 mil passageiros e uma diminuição idêntica na oferta de carga.
• Os efeitos desta redução no Turismo do Faial e do Triângulo e no nosso tecido empresarial serão perniciosos. E se acrescentarmos a isso o facto de a grande maioria dos voos diários ser de manhã cedo, o que não permite a ligação aos voos vindos da Europa, estaremos na iminência de perder ou reduzir significativamente esse importante mercado.
• Por outro lado, a confirmar-se ser este o horário a praticar pela SATA Internacional, não vemos com é cumprido o Anexo I das novas obrigações de serviço público que exige que a companhia disponibilize no Verão IATA 60.000 lugares. Pelas nossas contas, ficaremos reduzidos a cerca de metade das capacidades globais mínimas de lugares, exigidas naquelas obrigações.
• Nesta hora em que se confirma que a TAP abandona a Horta, entende o PSD dirigir uma palavra de solidariedade aos funcionários daquela empresa que veem, agora, o seu futuro com interrogações e dúvida. Mas também um agradecimento, em nome dos Faialenses, a todos aqueles que trabalharam ao longo de três décadas na Horta e deram o seu melhor pela TAP ao serviço do Faial.
• Sendo verdade que a TAP e SATA fizeram, com o patrocínio dos governos da república e da região, um acordo comercial que culminou na saída da TAP da rota da Horta, não podemos deixar de condenar sem hesitação que o governo da república não tenha cumprido a sua promessa de que, na privatização da TAP, seria salvaguardado o serviço público nas Regiões Autónomas.
• Do mesmo modo, não podemos deixar de agora exigir, de forma pública e muito direta, ao governo regional, que patrocinou este acordo e este novo modelo, e que desde o início esteve diretamente envolvido neste processo, não podemos deixar de exigir, dizíamos, que o governo regional garanta aos Faialenses que a SATA Internacional manterá na ligação direta da Horta com Lisboa não só a mesma qualidade do serviço mas, pelo menos, o mesmo número de ligações que a TAP garantia. É o mínimo que a população e os nossos empresários merecem.
• Por isso, desafiamos o Secretariado de Ilha do PS e o Presidente da Câmara, tão lestos que foram em condenar o governo da república e a TAP, agora a assumir idêntica e forte defesa da gateway do Faial junto da SATA e do governo regional.
Horta, 05 de março de 2015
O Presidente da Comissão Política
Eduardo Pereira